segunda-feira, 25 de abril de 2016

Lições das escolas finlandesas para a educação brasileira

A Finlândia, nas últimas décadas, tem se destacado no cenário internacional quanto às suas práticas e investimento para o desenvolvimento do seu modelo educacional, que é uma das principais referências no mundo. O investimento contínuo parece que é uma das ações que impulsionam a educação finlandesa, mas não é só isso: há uma considerável diferença na abordagem educacional. Veja algumas lições que as escolas finlandesas podem oferecer as escolas brasileiras.

Valorização das diferentes metodologias como ponto de partida

Enquanto as abordagens mais tradicionalistas da educação buscam padronizar pessoas, métodos e processos, os paradigmas mais recentes focam em uma abordagem que prioriza justamente as diferenças. Mesmo que pareça óbvio que pessoas diferentes aprendem de forma diferentes e que a diversidade é importante para que o indivíduo seja valorizado desde a sua primeira experiência escolar. Nas escolas finlandesas, há um grande esforço para ensinar a partir de diferentes estilos de ensino-aprendizagem, focando mais no método e no processo do que no conteúdo em si.

Ampla valorização dos profissionais de educação

O professor não é muito valorizado no Brasil e em maior parte do mundo. Mas se a família é a primeira instituição social do indivíduo e a escola é a segunda e, se o professor é uma figura que irá passar boa parte da vida do estudante, apoiando e intermediando no seu processo de ensino-aprendizagem, este profissional precisa ser valorizado. Na Finlândia, o professor é um cargo de médio porte, se compararmos os salários. Mas é uma das carreiras mais populares, pois é um especialista, um profissional de ampla formação e grande respeito na sociedade. Possui um preparo exemplar e precisa além de ter a graduação, apresentar título de mestre. O professor tem carta branca, pois em sala de aula, o especialista é ele.

Igualdade e gratuidade – Educação como um direito do cidadão

Assim como em muitos países europeus, praticamente todo o ensino é gratuito e igual a todos – exceto em algumas poucas escolas particulares que há no país. O padrão de ensino é o mesmo para todas as escolas. Além disso, as escolas estão onde as crianças estão – o aluno frequenta a escola mais próxima da sua casa. Desta forma, as oportunidades são as mesmas para todos.

Investimento assertivo

No Brasil, a educação esbarra na burocracia, no repasse de verbas que não são distribuídas igualitariamente, nos impostos e na falta de recursos. Conforme documento elaborado pelo Senado brasileiro, 5,9% do PIB daquele país é destinado à educação. Parece pouco? Mas não é: com boas práticas e com investimento bem direcionado, estes “apenas” 5,9% colocaram a Finlândia no topo da qualidade em educação. Para os especialistas finlandeses, ter dinheiro não significa ter qualidade de ensino. O que gera um impacto positivo é a forma como o dinheiro é investido.

A tecnologia é um meio, não um fim

Muitos especialistas afirmam que as diferentes tecnologias que temos à disposição no processo de ensino aprendizagem é um complemento, uma forma de interagir com os conteúdos e pessoas. Parece que os educadores finlandeses também acreditam nisso: para eles, antes vem as relações, os conteúdos, o processo em si, e as tecnologias apenas apoiam tudo isso.

Reavaliação da carga horária

Quem disse que passar o dia todo na escola torna o aluno mais preparado? Não se trata de tempo, mas da qualidade da experiência durante a permanência na escola. O sistema educacional finlandês inicia quando a criança tem 7 anos. A educação básica é obrigatória. Antes disso, conforme os educadores finlandeses, é contraproducente. Lá, acredita-se que a criança tem o direito de ser criança e isso é garantido.

Métodos de avaliação diferenciados

Obviamente, pelo o que foi visto, os métodos avaliativos nem são a principal preocupação dos professores finlandeses. É interessante ressaltar que na Finlândia o professor tem a autonomia para avaliar como achar melhor, com base no que o aluno e seu grupo têm interesse em aprender. Não há provas. Os métodos e estratégias de aprendizagem são individualizados, e é com isso que o professor deve se preocupar.

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